sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Ligação


" Apesar de tudo, sempre que posso vou dar uma espiada ao teu blog.. A princípio foi um choque (não no sentido negativo) tomar contacto com a tua personalidade, com a tua arte. Eu não te conhecia, como podia eu? Fiquei mesmo muito entusiasmado, é um mundo novo. Embora nem sempre compreenda o que escreves, os textos são um bocado pessoais, mas são genuínos. Não sou capaz de os criticar, posso discutí-los mas não mudaria nem uma vírgula. Vou estar lá sempre, mesmo que não diga nada.

Tu cresceste... tornaste-te maior por dentro e por fora. E ainda invocas a criança que és. Vais ter de cuidar bem dessa tua faceta, às vezes a gente esquece-se... esquecemo-nos de ser crianças. O mundo arrasta-nos mais para longe da criança do que o tempo. "

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Esquecer ou Recordar ?


A maior parte de nós lamenta e contesta o esquecimento.
Agora pensa e lembra-te de alguns episódios caricatos da tua vida… Imagina o teu presente se eles não estivessem (pelo menos) parcialmente enublados lá ao longe.

Se a memória é uma das maiores faculdades humanas, então esquecer é o que nos permite erguer caminho para novamente viver, tropeçar, recordar e/ou esquecer.

Não ser capaz de esquecer pode ser tão ou mais perturbador do que não lembrar. Aparentemente apresenta-se como um paradoxo, mas o esquecimento é a condição sem a qual não poderíamos continuar a recordar. O acto involuntário de esquecer (involuntário porque quanto mais a consciência nos impele “Esquece”, mais nos lembra o coração) não é apenas e só uma realidade inerente à memória, mas, essencialmente, uma necessidade.

Imagina agora o objecto “telemóvel”. Se não fores “estranho” ocorre-te automaticamente um exemplo unificador da ideia de telemóvel. Existem pessoas com uma capacidade “extra terrestre” de memorizar; essas em vez de uma ideia de telemóvel, terão acesso a milhares de imagens de telemóveis, cada um com uma particularidade diferente. Agora pondera-te como um armazenador nato, um disco rígido atulhado de informação. Parece assustador não? Lembrar tudo como se fosse ontem: todas as palavras, todos os gestos e imagens, independentemente de estes se apresentarem como bons ou péssimos.

Se por um lado a lembrança faz de nós quem somos, há uma boa parte de nós (talvez a que não interessa) que se desvanece no tempo, que se desprende de nós.

Porque aquilo que fomos contribui inevitavelmente para o que somos e sem isso não seríamos nós próprios, apenas um deserto. Não passaríamos de uma redoma, mas sem flor. É que essa flor teria semente, só que a raiz não germinava e assim seria infértil, esquecida.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Homenagem a uma Pessoa


" - "A alma humana é um manicómio de caricaturas. Se uma alma pudesse revelar-se com verdade, nem houvesse um pudor mais profundo que todas as vergonhas conhecidas e definidas, seria, como dizem da verdade, um poço, mas um poço sinistro cheio de ecos vagos, habitado por vidas ignóbeis, viscosidades sem vida, lesmas de subjectividade (Bernardo Soares)."

- É por estas e por outras que me identifico TANTO com a tua alma. É preciso dizer mais alguma coisa? Obrigada pela partilha. Beijinho na testa (que é sinal de respeito).

- Não é preciso, e foi por isso que não disse... Depois tenho que te mostrar o texto que tou ler... Tão lindo. Outro *

- Tens sempre tantas coisas para me mostrar. Textos, músicas e sorrisos *

- Prefiro os sorrisos, ao menos são sempre sinceros * "


Parabéns, atrasados. (Se não fossem atrasados já não eram meus).

Sabes... Por uns tempos tive a tua imagem à distância (fisicamente), pensando que o facto de estares longe implicava que, inequivocamente, te afastasses do nosso pacto. Mas agora, hoje, aqui tenho a certeza e a segurança da tua Nobre Amizade. O segredo que ela - a nossa ligação - esconde?

"So close, no matter how far"

Não é uma sombra, é uma alma, uma Pessoa (com P em "caps lock")! É parte do ser que em mim habita.

Neuza Gomes - 7/11/ 2009 - data o BI. Para mim é bem mais, porque para ti minha Gem(e)a jamais haverá dia ou hora marcada.
Porque tu, tal como eu, vives na ilusão utópica de ser criança e, por isso, te concedo o meu presente - ano 2009 - como início de vida, uma nova reencarnação de ti própria.